Furto de flor
Carlos Drumond de Andrade
Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Ao adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:
_ Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
(Contos Plausíveis. RJ, José Olympio)
INTERPRETAÇÃO:
2- Dar os sinônimos de – furtar – restituir – contemplar;
3- Quais as personagens do texto?
4- Quando e onde o fato aconteceu?
5- O que aconteceu?
7- Destacar do texto: situação – complicação – clímax – desfecho;
8- Comentar as atitudes do porteiro e de quem depositou a flor no jardim.
9- O autor do furto arrependeu-se? Exemplifique.
10- Qual a cor da morte?
11- Como uma flor demonstra sua felicidade?
12- De que forma uma flor pode agradecer?
13- Que novidades você pode encontrar numa flor?
GRAMÁTICA:
1- Conjugue os verbos furtar, assumir e desabrochar no pretérito mais-que-perfeito;
2- No presente do indicativo os verbos: haver – sentir – temer
3- Os verbos: colocar – ir – cochilar no pretérito perfeito do indicativo;
IDENTIFIQUE PESSOA, TEMPO E MODO VERBAL:
1- Eu a furtara.
2- O porteiro estava atento e repreendeu-me.
3- Que idéia a sua de jogar lixo de sua casa neste jardim?
4- Passei-a para o vaso.
PRODUÇÃO DE TEXTO:
1- Transformar o texto numa história em quadrinhos:
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