VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
FALA E ESCRITA
Registros, variantes ou níveis de língua(gem)
A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-se,
através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos grandes
mudanças no estilo e nas expressões. Por que as pessoas se comunicam de formas
diferentes? Temos que considerar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e
status
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência dos parâmetros
utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio em
que se encontra, da situação sociocultural dos indivíduos com quem se comunica, usará
níveis diferentes de língua. Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro
momento, dois tipos de língua: a falada e a escrita.
A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional, grupal (gíria ou
técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de calão.
Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo
permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se, geralmente, a
língua-padrão – não podemos passar desse nível para um como a gíria, por exemplo.
cultural dos falantes.
Variação lingüística
situações em que a língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos
habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestarse
tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre
porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores
como, por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o
grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as
: como falantes da língua portuguesa, percebemos que existemvariações lingüísticas.
Observe abaixo as especificidades de algumas variações:
1.
formas de línguas técnicas é essencial. As variações profissionais são abundantes
em termos específicos e têm seu uso restrito ao intercâmbio técnico.
2.
diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em situações formais, modalidades
diferentes das usadas em situações informais, com o objetivo de adequar o nível
vocabular e sintático ao ambiente lingüístico em que se está.
3.
diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na expressão de um
gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas variações regionais
constituem os falares e os dialetos. Não há motivo lingüístico algum para que se
considere qualquer uma dessas formas superior ou inferior às outras.
4.
de instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade.
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que goza prestígio,
enquanto outras são vítimas de preconceito por empregarem estilos menos
prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta -,
que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como
modo de ascensão profissional e social. Também são socialmente condicionadas
certas formas de língua que alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a
compreensão por aqueles que não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas
de língua proporciona o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade
restrita. Assim se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar
ainda a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
Profissional: no exercício de algumas atividades profissionais, o domínio de certasSituacional: as diferentes situações comunicativas exigem de um mesmo indivíduoGeográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nasSocial: o português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos meiosAS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
regras. Embora sejam expressões de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade.
A língua falada é a mais natural, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua
escrita, por seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela não é uma
simples transcrição do que falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. Portanto
requer mais atenção e conhecimento de quem fala. Além disso, a língua escrita é um
registro, permanece ao longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada.
Língua falada:
·
Palavra sonora
·
Requer a presença dos interlocutores
·
Ganha em vivacidade
·
É espontânea e imediata
·
Uso de frases feitas
·
É repetitiva e redundante
·
O contexto extralingüístico é importante
·
A expressividade permite prescindir de certas regras
·
interlocutor
A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela presença do
·
Recursos: signos acústicos e extralingüísticos, gestos, entorno físico e psíquico
Língua escrita:
·
Palavra gráfica
·
É possível esquecer o interlocutor
·
É mais sintética e objetiva
·
A redundância é apenas um recurso estilístico
·
Ganha em permanência
·
Mais correção na elaboração das frases
·
Evita a improvisação
·
Pobreza de recursos não-lingüísticos; uso de letras, sinais de pontuação
·
É mais precisa e elaborada
·
Ausência de cacoetes lingüísticos e vulgarismos· O contexto extralinguístico tem menos influência
3 comentários:
Muito bom! Obrigada!
Muito bom! Obrigada!
Muito interessante.É importante conhecermos os significados das palavras dentro do seu respectivo contexto,principalmente quando se trata de variedade regional.
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